quarta-feira, 16 de junho de 2010

O PROBLEMA DA CONTRIBUIÇÃO ÉTICA E MORAL DO ENSINO RELIGIOSO PARA A FORMAÇÃO HUMANA

O PROBLEMA DA CONTRIBUIÇÃO ÉTICA E MORAL DO ENSINO RELIGIOSO PARA A FORMAÇÃO HUMANA
Antonio Nascimento da Silva
Graduando em Pedagogia VI semestre
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central (FECLESC)

Introdução
Ao entrar na Universidade, principalmente no curso de pedagogia, dá-se inicio a várias leituras sobre os problemas da educação a nível geral e especialmente no Brasil. Estudam-se diversos teóricos com variado posicionamento sobre o que seria uma verdadeira educação de qualidade. Chega o momento que nos defrontamos com a questão do ensino laico. Então, paralelo às leituras observando algumas aulas de religião, passamos a refletir sobre a necessidade e importância do ensino de religião dentro da escola. É dessa reflexão que surge a idéia do presente artigo.
Com o objetivo de trazer mudanças para a educação, no sentido de melhora, haja vista que em um entendimento mais geral, a educação está longe de alcançar o nível em que ela seja para os homens uma ferramenta que torne este uma pessoa livre, que verdadeiramente emancipe o homem, e o forme em toda sua plenitude, é exposto aqui um ideal de escola, que traga educação de qualidade. Diante disso, é mostrado o que seria uma escola capaz de dar tal educação aos seus educandos, tornando-os conscientes de seu papel na história. Para tratar de tal tema, faz-se necessário antes abordar sua base, o cristianismo, então é feita uma breve exposição sobre essa grande teia que é o cristianismo, para depois expor sinteticamente argumentos que comprovem que o ensino religioso é desnecessário para nossa educação, e que a aplicação do mesmo, traz tão somente prejuízo para o ensino.
Um dos fenômenos culturais mais antigos que se conhece são as manifestações religiosas. Desde suas formas mais primitivas onde o homem acreditava que tudo na natureza era dotado de um espírito. Por exemplo, havia o espírito das águas, o espírito das plantas, o espírito das pedras, enfim tudo sobre a terra teria um espírito. O antropólogo E. B. Taylor (o livro das religiões. Pág. 15, 2000) batizou esse tipo de crença de animismo, embora mais tarde esse nome tenha caído em desuso por não representar em essência esse fenômeno religioso tribal. Essas primeiras formas religiosas entendiam o homem dentro de uma lógica universal, como se deus estivesse presente em todos os atos humanos, o próprio homem tornava-se uma extensão do divino. Por essa relação mágica e constante com deus ou os deuses, essas formas religiosas são tidas como cosmológicas.
Da crença nos espíritos em tudo quanto existisse na natureza, o homem passou para a crença em um determinado número de deidades . Os egípcios antigos adoravam vários deuses como Anúbis, Amon, Hórus, Ísis, Osíris, Rá e vários outros. Cada um deles com suas atribuições particulares. A essa forma religiosa chamamos politeísmo.
Foi no Egito antigo que surgiu o tipo de religião predominante hoje, o monoteísmo. O faraó Akhenaton ou Amenófis IV da 18ª dinastia instituiu a primeira forma de monoteísmo que se conhece, ele decretou que seu povo deveria adorar apenas Aton, o deus solar. Após o reinado de Amenófis IV o Egito voltou a sua forma religiosa anterior, o politeísmo, mas a idéia do monoteísmo sobreviveu e reviveu tempos depois.
Podemos ver o judaísmo como a segunda manifestação religiosa monoteísta que se tem noticia. Hoje o monoteísmo é a forma religiosa dominante, pois as três maiores religiões do planeta são monoteístas - o cristianismo, o islamismo e o judaísmo -. Porém, as religiões politeístas não se extinguiram, existem várias espalhadas por todo o mundo, às vezes duas ou mais dessas religiões cultuam as mesmas divindades variando apenas quanto à importância atribuída a alguns desses deuses.
A priori todas essas manifestações religiosas parecem bem distintas, mas há algo de comum a todas elas, sejam as politeístas ou as monoteístas. Todas essas formas religiosas têm igualmente ou não um conjunto de regras, de normas, de princípios a serem adotados por seus seguidores. O não cumprimento de tais princípios é gravíssimo e acarreta várias punições, dependendo da religião.
O conjunto de “normas” de uma religião constitui o seu corpo ético, esse corpo ético diz como seus seguidores devem viver. Sendo assim, seja qual for a religião, essa influenciará moralmente os indivíduos. Nas formas mais primitivas de religião - que aqui vamos adotar por animismo -, o homem preocupava-se em acalmar os espíritos das florestas, das águas, para que esses espíritos não os causassem mal algum. No Egito antigo, o deus responsável por levar a alma do morto até Anúbis era “agradado” por todos, pois ninguém queria que, por falta de respeito e de culto a esse deus, sua alma não fosse entregue a Anúbis que era o deus dos mortos e guardião da cidade dos mortos, a Necrópole. A religião, através da sua ética, interfere em todas as esferas da vida do homem. Na política, vemos a cada dia pastores como deputados, bispos como senadores, enfim, vários cargos políticos sendo ocupados por homens da igreja. Na educação temos várias instituições de ensino que são mantidas por igrejas, umas mais abertas, ou seja, que aceitam pessoas de diversas crenças e que permitem o aprofundamento em temas não-cristãos, assim como pesquisa em áreas como clonagem, por exemplo. Outras exclusivamente religiosas. É importante estarmos cientes que cada religião tem por bem transmitir seus pensamentos, sua forma de vida, sua ética. Isso ocorre, evidentemente quando uma igreja mantém uma instituição de ensino.
No Brasil, o ensino religioso é obrigatório quanto à oferta, mas não é obrigatória a matrícula por parte do aluno, esse pode optar por qualquer outra disciplina de seu gosto ao invés da religião. Aparentemente não há problema algum na oferta do ensino religioso por parte da escola, haja vista que a maioria das pessoas sem uma analise mais profunda vêem nesse ato apenas vantagens para a formação do indivíduo, e até muitos defendem (principalmente os lideres religiosos) a manutenção desse ensino alegando ser ele de imensa importância para a formação do indivíduo. Mas se analisarmos com atenção veremos algumas implicações problemáticas.
No Brasil a forma religiosa dominante é o catolicismo, religião de base cristã. O cristianismo tem, como as outras bases religiosas, o seu conjunto ético, que vão orientar a conduta, a ação de seus fiéis em todos os momentos de sua vida. Por exemplo, os cristãos aprendem desde cedo a ver a sexualidade como algo vergonhoso, nojento, e a relação sexual só pode ocorrer depois do casamento. Mesmo assim ainda constitui o pecado original, pelo qual o filho terá que expiar.
Analisando então a religião dentro da escola nos questionamos sobre as influencias que ela causará na vida dos docentes. Faz parte da ética normativa do cristianismo, que o homem deve ser submisso, deve ser o último, deve aceitar aquilo que tem porque foi deus que providenciou. O cristianismo resignificou o principio da reciprocidade da ética humanista que diz que devemos tratar os outros de acordo com a maneira que gostaríamos de ser tratados, e diz ainda: ama o teu próximo como a ti mesmo, mesmo que ele seja teu inimigo.

Sobre a escola de qualidade
Este espaço é para desenvolver habilidades essenciais ao homem trabalhando sua formação humanista, tal formação o possibilitará tornar-se partícipe da vida política da sua sociedade, que, segundo Gramsci, aprenderá não só a ser governado, mas também a governar. É importante ressaltar que a educação nesse espaço não deve ser uma educação interessada em colocar o individuo em um emprego, para que esse veja a sua formação como uma mera fonte de lucro. Embora as vantagens venham mais frequentemente em forma de dinheiro, a educação deve primar pela formação intelectual, humanista do individuo, uma educação desinteressada.
A escola deve ser pespectivista, assim, criando nos educandos a capacidade de ir alem da dualidade, a capacidade de olhar de várias maneiras para o mesmo horizonte, fazendo sempre uma crítica de cada momento observado. Tendo a escola as funções mencionadas acima, estaria a um passo de torna-se a escola ideal.
A educação escolar atual, por si só tende a padronizar, e considerar todos os indivíduos iguais, o que é um erro, pois na sala de aula há diversas capacidades, várias habilidades, cada um com seu potencial, cada individuo com a força para produzir, criar sua história. Sobre a visão pedagógica de Nietzsche. Severino diz:
"A educação tende a padronizar ao invés de deixar que os indivíduos se destaquem. Então a implicância de Nietzsche com democracia, com a demagogia e com a própria ciência, porque isto vem em pouco em nome da ciência, é esse espírito de padronização, como se todos os indivíduos devessem ter o mesmo desempenho, porque todos teriam a mesma base e ele não acha isso, então, nos precisaríamos de uma política e de uma pedagogia que exatamente fizesse ao contrario, ao invés de padronizar". (2007, pag. 26)
A nossa realidade, no entanto, inexiste uma educação voltada para a formação humana, basta olhar para as escolas, todas empenhadas em adestrar o educando, para que esse se sinta bem, dentro do caldeirão do capitalismo.
Além da questão de ver a educação como fonte de renda, outro ponto é necessário evidenciar, a questão do doutrinamento, que também se faz na educação interessada, mas que aqui, trataremos pelo sentido religioso. Doutrinar as pessoas, é isso que o ensino religioso faz, e também, é prejudicial à boa educação. Ao longo dos anos aqui no Brasil, mudanças vêm ocorrendo no sentido de reverter, cessar a atuação religiosa na educação escolar, a última, consta na LDB de 1996, que coloca o ensino religioso como não obrigatório, sem ônus para o governo. Este é um pequeno avanço na melhoria da educação.

Da ética e da moral
Tratar sobre ética e moral é um tanto delicado, pois inevitavelmente estaremos a nos posicionar sobre o modo de viver do homem e consequentemente suas ações. E seremos obrigados a fazer ao menos um pequeno julgamento sobre o que seria uma boa ou má conduta do homem ou, a que serve essa conduta, a quem beneficia tal comportamento e se é viável socialmente essa “maneira de agir”.
Existem vários e complexos conceitos e definições de ética e moral, sobre esses assuntos grandes teóricos já dedicaram boas horas de suas vidas, como por exemplo Aristóteles, Espinosa e Weber. No entanto, a fim de sermos o mais claro possível, adotaremos aqui uma definição simples, mas que representa fielmente o significado desses dois termos. O Livro das religiões, de Jostein Gaarder, trás a seguinte definição para ética e moral respectivamente: ética se refere ao corpo de normas que orientam a conduta do homem, é o que pesa na consciência do homem e moral diz respeito às ações do homem, aos atos propriamente ditos.
Para facilitar ainda mais a compreensão sobre ética exemplificaremos da seguinte forma: é comum ouvirmos alguém dizer que um colega de trabalho fez isso ou aquilo que é considerado errado para aquele trabalho, porém, a pessoa teme falar o nome do seu colega de trabalho porque é antiético. Não existe nenhuma lei específica que proíba um funcionário de apontar por nome o colega de trabalho que desempenha mal a sua função, mas há um consenso geral, uma norma que pesa em sua consciência e diz que ele não deve falar o nome desse mau funcionário, esse pensamento orienta sua vida profissional. Essa é a chamada ética profissional. Sobre moral podemos esboçar aqui o seguinte exemplo: se ao caminhar pela praça avistássemos um casal transando, na maioria dos casos diríamos que aquilo é imoral. Esse ato – transar em praça pública – é tido como imoral pela maioria das pessoas porque ele vai contra um corpo ético que orienta os indivíduos a não fazerem esse tipo de coisa em público. Ou seja, uma pessoa é moralmente correta quando seus atos diários estão de acordo com a ética vigente.
Podemos perceber aqui que ética e moral está intimamente ligado, talvez seja por esse motivo que frequentemente há confusão no entendimento desses dois termos. Portanto, foi supra citado conceitos simples de ética e moral respectivamente, de maneira simples, seguido de exemplos esclarecedores, que servirão de ponto de apoio para a melhor compreensão possível do tópico seguinte.

A moral cristã
Toda e qualquer forma de manifestação religiosa tem seu corpo ético e moral, seja de forma muito complexa ou um conjunto normativo mais simples e aberto a interpretações diversas. No Egito antigo, o politeísmo dominante, com suas mais variadas divindades, tinha seu conjunto de regras e valores morais a serem seguidos. Nessa forma religiosa é característico o antropozoomorfismo , ou seja, a representação de deuses por figuras terrenas como animais e homens, por exemplo. Diante disso, zombar ou agredir um animal que fosse símbolo de um deus era completamente imoral para a sociedade da época, pois contradizia a ética daquela forma de politeísmo. Como a nossa intenção aqui é examinar com um pouco mais de atenção o corpo ético e a moral do cristianismo, não será aprofundado o questionamento da moral de outras formas religiosas.
A moral cristã está hoje presente em quase todas as pessoas, implícita ou explicitamente. É importante logo de inicio destacarmos que tal corpo ético cristão que hoje orienta a vida de muitos indivíduos, é uma construção alheia ao individuo e que geralmente vai de encontro ao “ser” natural do homem. Sabe-se também que ao tratar sobre ética cristã e formação humana, implica em discutir sobre religião e educação, ou seja, são dois assuntos muito complexos, por tal complexidade não será possível no presente trabalho aborda-los completamente. Por esse motivo trataremos de pontos da moral cristã que mais efeitos causarão na vida de um individuo.
A principal base do cristianismo é a fé, ou seja, a crença absoluta em algo que não existe, que não se pode provar, que ninguém jamais viu. O cristão, partindo dessa base religiosa, não precisa de nenhuma prova das coisas que lhe são prometidas, pois sua vida tem por base a fé. Se lhe é prometido um paraíso, esse simplesmente internaliza que vai ter um paraíso. Sobre a fé cristã diz Nietzsche: “desde o principio, a fé cristã é sacrifício de toda independência, de todo orgulho, de toda auto-certeza, do espírito. Ao mesmo tempo é servilismo, auto-escárnio, auto-humilhação” (2007, pág. 74). De acordo com a moral cristã o homem deve ser um servo obediente. Acatar as ordens que são dadas e pronto, ser sempre servo, pois a fé diz que na outra vida teremos um paraíso a nossa espera. O cristão deve ser sempre o ultimo, pois os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros. O homem cristão não pode lutar para ser o melhor naquilo que faz, deve sempre esperar a providencia divina. De outra maneira, o homem não pode afirmar-se quanto sujeito, pois segundo as escrituras: “Jesus concluiu a parábola dizendo e eu digo a vocês que o cobrador de impostos voltou para casa justificado e não o outro, pois quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado” (2005, pág. 24).
O cristianismo prega a negação dos extintos naturais do homem, é por esse motivo que hoje a maioria das pessoas vê o sexo como algo vergonhoso, nojento e imoral. De fato a relação sexual configura para o cristianismo o pecado original, por este pecado tanto os pais como o fruto dessa relação terá que expiar tão absurdo pecado. A moral cristã ensina que devemos nos contentar com o que temos, pois foi dado por deus, e é o que merecemos. Ou seja, se o vizinho tem uma grande casa com picina e carro novo na garagem é porque ele se esforçou para ter aqueles bens, mas você que mora debaixo da ponte, não tem o que comer, não tem pai, não tem mãe, não tem educação, é porque essa foi a vida que deus lhe deu, ou ainda a moral cristã argumenta que é sua culpa, haja vista que você não se esforçou, não seguiu os mandamentos da igreja.
No geral, a moral cristã prega a absoluta submissão do homem a preceitos que são totalmente alheios a sua vida como humano que é. A ética cristã é oposta a todos os ramos da verdadeira cientificidade, quer que o homem viva de acordo com crença em mundos mágicos, paraíso. Dessa forma a moral cristã não promove a formação humana, e sim a sua degeneração.

Conclusão
De forma sintética, foi exposta acima a orientação que a ética cristã dá para a vida do individuo. É com base em tais preceitos que os cristãos devem se orientar. Aqui é cabível o exercício de buscar saber se tais regras de conduta realmente beneficiam o ser humano, e para chegarmos ao nosso foco de estudo, compreender as conseqüências dessa ética dentro da educação através do ensino religioso escolar.
De acordo com o ideal de escola descrito acima, já podemos afirmar que a ética cristã não favorece em nada a escola que idealizamos como sendo realmente de qualidade. Basta atentar para o fato de a religião ter por base a fé, ou senso comum. A escola busca contrariamente através da educação, elevar as pessoas a um nível superior ao senso comum. Refletindo sobre tais questionamentos chegamos a considerar que: o ensino religioso contribui para a formação de indivíduos não-críticos. Na medida em que sua ética prega o servilismo; o ensino religioso faz com que o indivíduo mantenha uma forma de vida submissa a tudo o que lhe é imposto. Decorrente também do servilismo cristão; o ensino religioso faz com que os educandos vejam o mundo através de uma visão mágica típica da religião. Aqui é a pretensão da ética cristã de guiar a vida dos homens através do senso comum, buscar através da oração, no entanto Nietzsche diz que, “a oração foi criada para pessoas que nunca tiveram pensamentos própios e que ignoram o que é a elevação da alma” (pág. 118, 2007); o ensino religioso faz com que os indivíduos se envergonhem e se privem de vontades básicas a nós humanos. Os preceitos cristãos querem que o homem negue o instinto natural, que se envergonhe de demonstrar seu prazer, sua vontade; prega o ensino religioso que tudo de ruim que aconteça é culpa do homem, ao passo que tudo de bom é obra divina. Diz a ética cristã que devemos aceitar o deus nos deu; o ensino religioso tortura a mente do educando ao ensinar a doutrina do pecado. Por culpa da ética cristã o homem deixa de viver suas vontades porque essas são vistas como pecado, a todo ato fora da moral cristã, segue-se um peso pela pratica de um pecado; o ensino religioso pretende que os educandos tomem por base para a vida a fé, que esses sigam sempre caminhos não empíricos. É preciso então ter bastante cuidado quanto a atribuir ao ensino religioso uma grande importância para a formação do individuo. Argumentam os religiosos que o ensino de religião contribui em muito com a moral e ética dos indivíduos, sem dúvida, constatou-se aqui que há muitas contribuições. Mas sabemos do que trata a moral cristã. Não queremos uma escola de ensine o senso comum, queremos uma escola que forme indivíduos críticos capazes de refletir sobre os problemas sócio-políticos, capazes de tomar decisões, de entender a lógica da sociedade, o jogo de interesse das instituições religiosas, queremos uma educação que proporcione ao individuo a exaltação de sua vontade, a liberdade intelectual. Enfim, uma educação que favoreça a formação humanística de indivíduos capazes de se afirmar como sujeitos históricos.
Então nos questionamos até que ponto contribui para uma boa convivência social esse tipo de ética? A moral cristã dessa forma não tende a produzir apenas conformistas? Que tipo de cidadão pretende formar o ensino que diz que o homem deve ser como um servo obediente? Claro que a educação escolar não se constitui apenas de ensino de religião, mas esse deixa com certeza suas marcas nos educandos. Que político poderá vir a ser futuramente uma pessoa que aprendeu na escola que deve ser sempre o ultimo? Não estaria apenas contribuindo o ensino religioso para a manutenção de uma ordem preestabelecida e alheia a vontade do homem? Essas e várias outras questões põem em dúvida a importância do ensino de religião escolar.


Referências bibliograficas

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