quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Política em Capistrano

Eis aqui conterrâneos, tudo em que se resume a política de nossa cidade (ver imagem em anexo). Em uma tarde como outra qualquer, ao abrir a porta de casa, deparei-me com este panfleto (para não faltar com respeito) deslisando sobre a calçada ao sabor do vento. Por pura curiosidade, decidi, como dizemos as vezes, 'passar a vista' nele. Para minha supresa, tratava-se, embora de forma confusa, da política em Capistrano, ou melhor, de um político, já que de cara percebe-se o vigor, imaturidade, inconsistência teórica e, descontrole com o qual se ataca a pessoa – ao pretender denunciar a má administração da cidade – do Ilustríssimo Prefeito, Claúdio Saraiva, pelo qual, politicamente, não rendo nenhuma consideração. Vejamos sinteticamente o teor do panfleto.
Já no título o Prefeito é chamado de aprendíz, e afirma que o 'povo' não vai permitir que continue por mais quatro anos a destruir o Município. Deve-se apenas observar se quem estar por trás desse panfleto não é, da mesma forma, alguém que pretende também fazer estágio de prefeito, talvez, largando para isso a profissão de médico ou outra qualquer. Destarte, se for outro que já passou pela experiência, deveria ter escrito em letras garrafais: TUDO QUE AGORA CRÍTICO NELE, OUTRORA EU MESMO FIZ, E QUERO REPETIR.
Em seguida, dá-se os motivos pelos quais o povo não permitirá a continuação 'dessa gente'. Suponho, que essa gente refira-se ao grupo político do Prefeito. Ora! Deveriam ter posto qual mandato nesta cidade não houve, da mesma forma, um grupo político que comia, equanto outro espiava com vontade de comer; deveriam sim, incitar o desprezado povo a não permitir a continuação dessa política, seja com Claúdio, ou com os autores do panfleto.
Todavia, concordo quando panfleto afirma que o Prefeito não exerce uma administração voltada para as necessidades do povo. Porém com uma restrição, qual seja, que o não atendimento das reais necessidades do povo, é algo característico da política mercantilista, e não de um prefeito específico. Acima das necessidades da população está o interesse em aumentar a conta bancária. Não precisa nem sublinhar que os autores do panfleto, se são políticos como eu pressuponho que são, sabem exatamente do que estou falando. Com todo respeito, Jesus Cristo morreu a mais de dois mil anos e, não sei se felizmente ou infelizmente, ele não pode pleitear um cargo nas próximas eleições.
Sem querer me estender mais o que o extremamente necessário, prefiro me abster de tocar no assunto das 'promessas de campanha' não cumpridas, pois todos sabem que essa é, dentro do nosso regime político, uma estratégia usada corriqueiramente e, positiva até. Para concluir, prendeu minha atenção dois pontos. Primeiro, há um tom de denuncia em algumas linhas do panfleto, como se pode notar. Contudo, impressiona a vaguidade do texto, como por exemplo, “basicamente todas as obras do município estão sendo superfaturadas”, e em seguida até cita-se uma das tais. Porém, não consta nenhum documento que comprove o que é dito. Ou não existe, ou omitiram no panfleto. Se existe, não deviam ter omitido, pois diz respeito a população de um município, e não a particulares. Se omitiram, há interesse político particular, moeda de troca?!
Segundo, não deveriam tais denuncias serem encaminhadas ao Ministério Público? Ora! Se de fato isso está acontecendo, e não duvido que esteja, deveria ser tomado as devidas providências legais. Do contrário, fica claro o interesse político partidário, particular, de um grupo que não quer transformar a realidade da política, mas apenas se beneficiar a mesma.
Destarte conterrâneos, diante da realidade da política em geral e particularmente do nosso município, três opções nos são apresentadas para que escolhendo uma delas, posamos realizar o sulfrágio universal neste ano corrente: 1) a situação; 2) a contra-situação (autores do panfleto) e 3) EM BRANCO/NULO. O panfleto em minha porta, decididamente confirmou que minha escolha é coerente com o momento histórico da política. Eu voto na última opção. Não pretendo auxiliar os atuais superfaturadores de obras públicas, como diz o panfleto – os que abandonam as necessidades do povo, os que precarizam a educação, etc, como diz o panfleto –, da mesma forma que não pretendo auxiliar os futuros. Minha opção não mudará a política, mas terei o orgulho de dizer que não compactuei com esse crime contra o povo.
A respeito da frase no final do panfleto, faço minhas as palavras de Glauco, e dedico aos autores do papelzinho:


o supra-sumo da injustiça é parecer justo sem o ser