terça-feira, 8 de março de 2011

O QUE É DIALÉTICA (FICHAMENTO)

 

KONDER, Leandro. O que é dialética. 25ª edição. Editora brasiliense, 1981.

ORIGENS DA DIALÉTICA

· Na Grécia antiga dialética era a arte do discurso.

· “Aristóteles considerava Zênon de Eléa (aprox. 490-430 a.C.) o fundador da dialética. Outros consideram Sócrates (469-399 a.C.)”

· “Na acepção moderna, entretanto, dialética significa outra coisa: é o modo de pensarmos as contradições da realidade”

· “No sentido moderno da palavra, o pensador dialético mais radical da Grécia antiga foi, sem dúvida, Heráclito de Efeso (aprox. 540-480 a.C.)”

· “Parmênides ensinava que a essência profunda do ser era imutável e dizia que o movimento (a mudança) era um fenômeno de superfície”

· “Essa linha de pensamento - que podemos chamar de metafísica - acabou prevalecendo sobre a dialética de Heráclito”

· “Aristóteles, por exemplo, um pensador nascido mais de um século depois da morte de Heráclito, reintroduziu princípios dialéticos em explicações dominadas pelo modo de pensar metafísico”

· “Segundo Aristóteles, todas as coisas possuem determinadas potencialidades; os movimentos das coisas são potencialidades que estão se atualizando, isto é, são possibilidades que estão se transformando em realidades efetivas”

· “Nas sociedades feudais, entretanto, durante os séculos da Idade Média, a dialética sofreu novas derrotas e ficou bastante enfraquecida.”

· “A ideologia dominante - a ideologia das classes dominantes - era monopólio da Igreja, elaborada dentro dos mosteiros por padres [...]Por isso, a dialética foi sendo cada vez mais expulsa da filosofia”

· “Um dos ideólogos mais famosos do Século XI, Petrus Damianus (1007-1072), dizia que, para o ser humano, a única coisa importante era a salvação da sua alma;”

· “O árabe Averróes e o francês Abelardo' procuraram, por caminhos muito diferentes, defender o espaço da filosofia, sem desafiar a teologia.”

· “Abelardo (1079-1142) conseguiu discutir longamente sobre as relações entre as categorias universais e as coisas singulares em termos de pura lógica, -mostrando assim, na prática, que existiam problemas importantes cuja abordagem não precisava da teologia”

· “Occam sustentava que, exatamente porque Deus é todo-poderoso e porque a vontade de Deus não pode ter limites, tudo no mundo é contingente, tudo poderia ser diferente do que é (se Deus quisesse); por isso, a teologia (que tratava de Deus) não devia interferir - segundo Occam - no estudo das coisas contingentes do mundo empírico”

· “O astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543) descobriu que Ptolomeu tinha-se enganado, que a Terra nem era imóvel nem era o centro do universo, que ela girava em torno do Sol.”

· “Galileu (1564-1642) e Descartes (1596-1650) descobriram que a condição natural dos corpos era o movimento e não o estado de repouso”

· “Pico de Ia Mirandola (1463-1494) sustentou que o fato de o homem ser "inacabado" e, portanto, poder evoluir lhe conferia uma dignidade especial e lhe dava até certa vantagem em comparação com os deuses e anjos (que são eternos, perfeitos e por isso não mudam)”

· “Com o Renascimento, a dialética pôde sair dos sobterrâneos em que tinha sido obrigada a viver durante vários séculos”

· “O caráter instável, dinâmico e contraditório da condição humana foi corajosamente reconhecido por um pensador místico e conservador, como Pascal (1623-1654)”

“o.

· italiano Giambattista Vico (1680-1744), também ajudou a dialética a se fortalecer. Vico achava que o homem não podia conhecer a natureza, que tinha sido feita por Deus [...]mas sustentava que o homem podia conhecer sua própria história, já que a realidade histórica é obra humana, é criada por nós”

· “Elementos de dialética se encontram no pensamento de diversos filósofos do Século XVII, como Leibniz (1646-1716), Spinoza (1632-1677), Hobbes (1588-1679) e Pierre Bayle (1647-1706) [...]Montaigne (1533-1592)”

· “ó maior dos filósofos iluministas é também o autor de uma obra rica em observações de grande interesse para a concepção dialética do mundo: Denis Diderot (1713-1784)”

· “"Todos os seres circulam uns nos outros. Tudo é um fluxo perpétuo. O que é um ser? A soma de um certo número de tendências. E a vida? A vida é uma sucessão de ações e reações” (Diderot)

· “Diderot aconselhava seus leitores: "Examinem todas as instituições políticas, civis e religiosas; ou muito me engano ou vocês verão nelas o gênero humano subjugado, a cada século mais submetido ao jugo de um punhado de meliantes", E recomendava: "Desconfiem de quem quer impor a ordem"”

· “Uma das obras mais famosas de Diderot é O Sobrinho de Rameau [...]o resultado é um confronto fascinante, que Hegel e Marx consideraram um primor de dialética.”

· “Ao lado de Diderot, quem deu a maior contribuição à dialética na segunda metade do Século XVIII foi Jean-Jacques Rousseau (1712-1778).”

· “Por isso se entende que no Século XX um conservador radical - Maurice Barres - tenha escrito que Diderot e Rousseau (duas "forças de desordem") são responsáveis por muitos dos . males que nos afligem”

O TRABALHO

· No final do Século XVIII e no começo do Século XIX, os conflitos políticos já não eram mais abafados nos corredores dos palácios e estouravam nas ruas.”

· Essa situação se refletiu na filosofia [...]que se elaborava na longínqua cidade de Kõnigsberg, na Prússia oriental (hoje a cidade se chama Kaliningrado e fica na União Soviética), onde nasceu, viveu, escreveu e morreu aquele que provavelmente é o maior dos pensadores metafísicos modernos: Imanuel Kant (1724-1804).”

· Kant percebeu que a consciência humana não se limita a registrar passivamente impressões provenientes do mundo exterior [...]Sustentou, então, que todas as filosofias até então vinham sendo ingênuas ou dogmáticas, pois tentavam interpretar o que era a realidade antes de ter resolvido uma questão prévia: o que é o conhecimento?”

· Kant percebeu que “na própria "razão pura" (anterior à experiência) existiam' certas contradições - as "antinomias" - que nunca poderiam ser expulsas do pensamento humano por nenhuma lógica.”

· “Outro filósofo alemão, de uma geração posterior, demonstrou que a contradição [...]era um princípio básico que não podia ser suprimido nem da consciência do sujeito nem da realidade objetiva. Esse novo pensador, que se chamava Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831)”

· Para Hegel o ponto “central da filosofia era a questão do ser, mesmo, e não a do conhecimento.”

· “Hegel descobriu, então, com amargura, que o homem transforma ativamente a realidade, mas quem impõe o ritmo e as condições dessa transformação ao sujeito é, em última análise, a realidade objetiva”

· “Hegel percebe que o trabalho é a mola que impulsiona o desenvolvimento humano; é no trabalho que o homem se produz a si mesmo; o trabalho é o núcleo a partir do qual podem ser compreendidas as formas complicadas da atividade criadora do sujeito humano.”

· “Hegel usou a palavra alemã aufheben, um verbo que significa suspender. Mas esse suspender tem três [...]negar, anular, cancelar; [...]erguer alguma coisa e mantê-la erguida para protegê-la [...]E o terceiro sentido é o de elevar a qualidade. [...]Hegel emprega a palavra com os três sentidos diferentes ao mesmo tempo.”

· “Para ele [Hegel], a superação dialética é simultaneamente a negação de uma determinada realidade, a conservação de algo de essencial que existe nessa realidade negada e a elevação dela a um nível superior.”

· No trabalho “a matéria-prima é "negada" (quer dizer, é destruída em sua forma natural), mas ao mesmo tempo é "conservada" (quer dizer, é aproveitada) e assume uma forma nova, modificada, correspondente aos objetivos humanos (quer dizer, é "elevada" em seu valor).”

· “parte da obscuridade de Hegel resultava do fato de ele ser idealista. Hegel subordinava os movimentos da realidade material à lógica de um princípio que ele chamava de Idéia Absoluta”

· “surgiu outro pensador alemão, Karl Marx (1818-1883), materialista, que superou - dialeticamente - as posições de seu mestre”

· Essa concepção abstrata do trabalho levava Hegel a fixar sua atenção exclusivamente na criatividade do trabalho, ignorando o lado negativo dele, as deformações a que ele era submetido em sua realização material, social”

A ALIENAÇÃO

· “O trabalho - admite Marx - é a atividade pela qual o homem domina as forças naturais, humaniza a natureza; é a atividade pela qual o homem se cria a si mesmo”

· “Como ele chegou a se transformar em "uma atividade que é sofrimento?”

· “Uma primeira causa dessa deformação monstruosa se encontra na divisão social do trabalho, na apropriação privada das fontes de produção, no aparecimento das classes sociais”

· “Uma primeira causa dessa deformação monstruosa se encontra na divisão social do trabalho, na apropriação privada das fontes de produção, no aparecimento das classes sociais”

· “As condições criadas pela divisão do trabalho e pela propriedade privada introduziram um "estranhamento" entre o trabalhador e o trabalho”

· “em lugar de reconhecer-se em suas próprias criações, o ser humano se sente ameaçado por elas”

· “O padre Henri Chambre, por exemplo, admitiu que, partindo da concepção do homem como um ser que se cria através do trabalho, não se pode negar validade à crítica de Marx à propriedade privada”

· “Mas os marxistas têm boas razões para replicar que, na medida em que rejeitam a dialética, os cristãos se privam de um instrumento eficientíssimo na análise dos problemas humanos, perdem boas possibilidades de agir com eficácia no plano político e acabam desperdiçando energias na retórica dos bons conselhos, na pregação moralista e em projetos ingênuos ("idealistas") de reforma dos costumes e das "mentalidades"”

· “As lutas de classes assumem formas extraordinariamente variadas [...]Nas sociedades capitalistas, as lutas de classes tendem a assumir formas políticas cada vez mais complicadas”

· “O capitalismo é como aquele aprendiz de feiticeiro que colocou em movimento forças que em seguida escaparam ao seu controle”

· “Pela primeira vez os anseios e ideais igualitários, coletivistas, socialistas, comunistas, dispõem de um portador material capaz de colocá-los em prática, através de uma prolongada luta política”

· “Os trabalhadores, além de viverem sob a ameaça da perda do emprego, são obrigados a se organizar e a lutar para defender seus salários; e o fato de tomarem consciência de que já existe uma alternativa socialista e de que a organização da produção poderia ser diferente é um fato que só pode agravar o mal-estar que sentem no trabalho”

· A burguesia “Como classe, na atual etapa histórica, ela não consegue elevar seu ponto de vista a uma perspectiva totalizante”

A TOTALIDADE

· Para a dialética marxista, o conhecimento é totalizante e a atividade humana, em geral, é um processo de totalização, que nunca alcança uma etapa definitiva e acabada”

· “Qualquer objeto que o homem possa perceber ou criar é parte de um todo. Em cada ação empreendida, o ser humano se defronta, inevitavelmente, com problemas interligados”

· “Foi o que Hegel sublinhou quando escreveu: “A verdade é o todo"”

· “A realidade é sempre mais rica do que o conhecimento que a gente tem dela [...]porém, não nos dispensa do esforço de elaborar sínteses, se quisermos entender melhor a nossa realidade”

· “A totalidade é mais do que a soma das partes que a constituem”

· “E, se eu quiser elevar a minha análise a um plano filosófico, precisarei ter, então, uma visão de conjunto da história da humanidade, quer dizer, tia dinâmica realidade humana como um todo (nível máximo de abrangência da totalização dialética)”

· “Afinal, a dialética - maneira de pensar elaborada em função da necessidade de reconhecermos a constante emergência do novo na realidade humana - negar-se-ia a si mesma, caso cristalizasse ou coagulasse suas sínteses”

· “Processam-se alterações setoriais, - quantitativas, até que se alcança um ponto crítico que assinala a transformação qualitativa da totalidade. É a lei dialética da transformação da quantidade em qualidade”

A CONTRADIÇÃO E A MEDIAÇÃO

· “como é que eu posso ter certeza de que estou trabalhando com a totalidade correta? [...]não há, no plano puramente teórico, solução para o problema [...] Nenhuma teoria pode ser tão boa a ponto de nos evitar erros. A gente depende, em última análise, da prática - especialmente da prática social”

· “dialética recomenda que nós prestemos atenção [...]às contradições e mediações concretas que a síntese encerra”

· “A análise, portanto, só pode ser orientada com base em uma síntese (mesmo precária) anterior. Uma certa compreensão do todo precede a própria possibilidade de aprofundar o conhecimento das partes”

· “"0 concreto" - insiste Marx - "é concreto porque é a síntese de várias determinações diferentes, é unidade na diversidade."”

· “O irracionalismo desestimula o ser humano a realizar o paciente esforço de ir além da aparência, em busca da essência dos fenômenos”

· “"A dialética" - observa Carlos Nelson Coutinho - "não pensa o todo negando as partes, nem pensa as partes abstraídas do todo. Ela pensa tanto as contradições entre as partes [...]como a união entre elas”

· “As leis da lógica são certamente válidas, no campo delas; e - nesse campo de validade - a contradição é a manifestação de um defeito no raciocínio”

· “Henri Lefebvre escreveu, com razão: "Não podemos dizer ao mesmo tempo que determinado objeto é redondo e é quadrado. Mas devemos dizer que o mais só se define com o menos”

· “a contradição é reconhecida pela dialética como princípio básico do movimento pelo qual os seres existem. A dialética não se contrapõe à lógica, mas vai além da lógica, desbravando um espaço que a lógica não consegue ocupar”

· “Para desbravar esse novo espaço, a dialética modifica os instrumentos conceituais de que dispõe: passa a trabalhar, freqüentemente, com determinações reflexivas e procura promover uma "fluidificação dos conceitos”

A "FLUIDIFICAÇÃO" DOS CONCEITOS

· Em Hegel “a Idéia Absoluta assumiu a imperfeição [...]da matéria, desdobrou-se em uma série de movimentos que a explicitavam e realizavam, para, afinal, com a "trajetória ascensional do ser humano, iniciar enriquecida - seu retorno a si mesma”

· “Hegel, com a dialética dele,lançou as bases para a "fluidificação”

· “em Hegel, o ser humano que promovia o movimento da história era uma abstrata "autoconsciência", ligada à tal da Idéia Absoluta”

· “O movimento autotransformador da natureza humana, para Marx, não é um movimento espiritual (como em Hegel) e sim um movimento material, que abrange a modificação não só das formas de trabalho e organização prática de vida, mas também dos próprios órgãos dos sentidos”

· “A natureza humana, por conseguinte, conforme o conceito que Marx tem dela, só existe na história”

· “Marx não reconhece a existência de nenhum aspecto da realidade humana situado acima da história ou fora dela; mas admite que determinados aspectos da realidade humana perduram na história” [superação de Hegel, com conservação]

· “Mudança e permanência são categorias reflexivas, isto é, uma não pode ser pensada sem a outra”

· “Para Marx, a "fluidificação" dialética dos conceitos não tinha nada a ver com o "relativismo” e não podia, em nenhum momento, ser confundida com ele”

· “A "fluidificação" dos conceitos destinados a tratar dos dois lados dessa realidade só pode ocorrer através da determinação reflexiva”

· “Por isso a dialética não pode admitir contraposições metafísicas, tais como mudança/permanência, ou absoluto/relativo, ou finito/infinito, ou singular/universal”

AS LEIS DA DIALÉTICA

· 1- lei da transformação da quantidade em qualidade (vice-versa), Lei da interpenetração dos contrários e a Lei da Negação da negação.

· “Essas leis já se achavam em Hegel; Engels procurou resgatá-las do idealismo hegeliano e dar-lhes um sentido claramente materialista”

· “A experiência que foi sendo adquirida pelo movimento socialista ao longo do Século XX mostrou que as formulações de Engels - embora brilhantes e didáticas - possuem certas limitações.”

· Ao delimitar a dialética em três princípios, primeiro Engels usou de certa arbitrariedade, embora tenha se baseado bastante nas ciências naturais. Segundo, equivocou-se ao tentar fixar, codificar uma filosofia do movimento. Não é segura nenhum tipo de tentativa de codifica a dialética.

· Ter como base as ciências naturais, é complicado, pois quando tais princípios são aplicados na sociedade, os resultados são bem diferentes. Na natureza (ciências naturais), é tudo quantificado, diferente da área humana.

· As leis da dialética expostas por Engels, todavia, não são falsas, mas precisam ser aplicadas corretamente, ele mesmo denmostrou que assim como na física, elas também existem no social, mas que deve ser observado as circunstâncias.

· Depois de Marx e Engels, poucos entenderam a dialética marxista. Bernstein, socialista alemão (xxxx-1933) chegou a defender o abandono da dialética marxista e retomar a Kant, alegando este que a dialética de Marx impedia o entendimento das ‘coisas’.

· Quem não enxerga nada que dependa de sua ação facilmente se acomoda, fica a contemplar a história ao invés de fazê-la.

· A concepção marxista dialética da história não prever nenhum fim, nenhum momento determinado no futuro.

· Segundo Lênin, só se compreende O capital de Marx, se antes entender a lógica de Hegel.

· Lênin influenciou muitos marxistas ao redor do mundo ao tomar o pode na URSS em 1917. Aqui era um exemplo prático de que o homem como sujeito na história realmente a faz segundo sua necessidades e fatores de contingência.

· O húngaro Georg Lukács (1885-1971) afirmou que o diferencia o marxismo de outras teorias, não é apensa a questão econômica como base, mas sim o modo de ver o mundo segundo uma concepção dialética material universal, com totalidade, só assim se pode ver alam das aparências.

· Ao contrário de Lênin, Stálin não estudava as teorias, apensa usava-as para justificar atos práticos do partido.

· Konder enfatiza a importância da unidade dos indivíduos para a efetivação de objetivos dialéticos. A organização é fundamental para o revolucionário, não basta apenas a teoria. Contudo, é preciso que o individuo sinta suas forças multiplicadas na organização, no coletivo, e não anuladas por um grupo menor com objetivos diferentes dos seus.

· Diante do mundo tão dividido de hoje, é complicado até para um marxista entender que no confronto entre coréia do sul e coréia do norte, ele pode alterar algo. Talvez por essa dificuldade, Althusser tenha suposto a história como sem finalidade e sem espaço para a intervenção significativa do homem. Para evitar tal posicionamento, deve realmente entender a dialética.

· De certo modo, o individualismo, ou o reconhecimento de responsabilidades particulares, não anula a necessidade de associação, mais exige que a associação seja repensada, que a comunidade seja repensada segundo as atuais circunstâncias históricas.

· O não conhecimento da dialética, bem como diante do segmentado mundo atual que gera a necessidade de uma comunidade, os jovens, passam a aderir a qualquer ‘modelo’ de comunidade, seja pela semelhança de roupa, pela diversão etc.. De modo geral pessoas aderem a seitas e organizações afins ou ONGs, de modo que, ao se proclamarem revolucionários, mostram ser bastante reacionários, tendo suas organizações como deuses, que dessa forma não podem ser submetidos a critica profunda. Tal postura vez por outra leva ao fundamentalismo, que por seu turno é refletido em atos de violência gratuita.

· Konder diz que a filha de Marx perguntou ao pai qual seu lema preferido, e ele respondeu: duvidar de tudo. Esse é certamente o espírito da dialética. Assim, os verdadeiros revolucionários, os verdadeiros marxistas, não devem sair por aí tentando enquadrar o real, o concreto em um punhado de teorias. Mas sim estarem constantemente revendo suas próprias idéias, sua própria fundamentação marxista, provando-as na prática cotidiana.

· Contudo, ser revolucionário e fiel ao método marxista, a dialética, é um tanto complicado, pois imagine a confusão que seria se Marx ao se pronunciar para os proletariados disse o seguinte: companheiros proletários uni-vos. Quer dizer, será se historicamente segundo a dialética nós precisamos realmente fazer isso? Peraí, eu vou rever isso, mas talvez nós devêssemos mesmo!!!

· Não podemos nos limitar a explicar a dialética, devemos aplicá-la conseqüentemente.

· “Bertolt Brecht disse uma vez: "O que é, exatamente por ser tal como é, não vai ficar tal como está"”

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