sábado, 22 de janeiro de 2011

DOS FUNDAMENTOS DA DIVISÃO DE CLASSE E DA SEGMENTAÇÃO DO TRABALHO: PRIMEIRAS REFLEXÕES*

O que separa um indivíduo de um trabalho específico é tanto a sua própria condição física mesma, por exemplo, como o fato do próprio tipo de atividade exigir desse indivíduo determinadas condições. Para “brocar” no sertão, ou em qualquer parte do mundo, é necessário basicamente que o indivíduo tenha mãos que funcionem e a ferramenta adequada e que consiga manuseá-la com força suficiente. Todavia, uma criança, ao menos em tese, não tem condições de executar tal atividade em virtude de seu baixo desenvolvimento da força física. Entretanto, este mesmo indivíduo pode perfeitamente realizar a tarefa de plantio do solo. Dessa maneira, a base produtiva primitiva, preponderantemente, permitiu certa divisão – inicialmente fundada na natureza – dos grupos humanos em classes, bem como a segmentação do trabalho. Contudo, paulatinamente, uma classe vai levar tal divisão ao extremo, chegando ao ponto em que, o sertanejo é impedido de conhecer Paris, apesar de ele dispor dos requisitos naturais necessários para tal, inclusive a capacidade de ganhar dinheiro. Nesse estágio, a classe dominante justifica a situação por fundamentos abstratos enquanto domina economicamente e ideologicamente a outra classe como meio de obter lucro e perpetuar sua situação. A questão da divisão do trabalho sob este aspecto é pouco analisada tanto pelos teóricos marxistas quanto pela corrente idealista.
* Este texto constitui nota de rodapé do terceiro capítulo da monografia que tem como titulo "As contribuições do ensino de religião para a formação da conduta do homem inteiro". de autoria de Antonio Nascimento da Silva, graduando do curso de Pedagogia da UECE/FECLESC, Bolsista CNPq, Sob orientação do Professor Dr. Deribaldo Santos.

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